Aposentado moscão
Um relato bem humorado sobre o dia na vida de um aposentado
Por Hélio Consolaro*
Cientistas descobriram o diagnóstico de uma nova moléstia. Haverá cura, se diagnosticaram, acharão logo o remédio. Meu amigo Mário Greggio denominou-a de DADIA (Desordem da Atenção Deficitária na Idade Avançada). Prefiro chamar a síndrome de mosquice. Ele afirmou que dá depois dos 30, mas essas coisas não têm idade, porque há moscões em todas as faixas etárias.
Os dicionários afirmam que moscão é uma pessoa sonsa, mas sonso é o velhaco dissimulado. Para mim, moscão é o sujeito desorganizado, vagal. Se for mulher, moscona. Assenta aqui, assenta ali e não faz nada o dia inteiro.
Veja, caro leitor, se ainda não foi atacado por ela. Eis o relato de um dia de um aposentado moscão, que cuida apenas da administração doméstica. Decidiu lavar o carro, mas, antes de ir à garagem, notou sua correspondência largada em cima da mesa. Deu uma olhadinha na correspondência, pois podia ter alguma coisa urgente. Pôs as chaves do carro na escrivaninha e quando foi jogar as propagandas inúteis, notou que a lixeira estava cheia. Colocou as contas a pagar na escrivaninha e jogou o lixo fora, entretanto decidiu pagar primeiro as contas no banco.
- Onde está meu talão de cheques? Caramba! Tenho apenas uma folha de cheque no meu talão!
Seus novos talões encontravam-se na escrivaninha. Lá estava o café que bebia. Buscou aqueles talões, mas antes levou a xícara de café para longe do computador. Aposentado moderninho compra logo um para navegar no Maisde50 e mandar mensagens aos amigos.
Em direção à cozinha, prestou atenção nas flores, que precisavam de água. Colocou a xícara no balcão da cozinha e achou seus óculos. Havia procurado por eles durante toda a manhã. Pensou logo em guardá-los. Encheu um regador com água e caminhou em direção às flores. Mas alguém deixara o controle remoto da tevê na cozinha.
À noite, quando a família fosse assistir à televisão, nunca iria pensar em procurá-lo na cozinha, então foi melhor levá-lo para a sala, onde é o seu devido lugar. Regou as plantas e, sem querer, derramou um pouco de água no chão. Jogou o controle remoto no sofá, e andou pelo corredor, tentando se lembrar do que ia fazer.
Final do dia: o carro não estava lavado; as contas continuavam sem pagamento; a xícara de café, largada no balcão da cozinha; as flores foram regadas apenas pela metade; o talão de cheques permanecia com apenas uma folha; não encontrara as chaves do carro.
Quando tentou entender por que nada fora feito, ficou atônito, pois esteve ocupado o dia todo!
Percebeu que isso era uma coisa seriíssima e que buscaria auxílio, mas antes checou seu correio eletrônico. Escreveu: "Favor enviar isso para todo mundo que você conhece, pois não me lembro para quem eu já enviei. Mas não mande de volta para mim. Posso enviar para você de novo!"
Se houver alguma coincidência, caro leitor, por favor, não me xingue, pois não foi mera casualidade.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor em Araçatuba-SP. Para entrar em contato com o autor, escreva para consa@folhanet.com.br
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Me fez lembrar alguém,mas no momento me esqueci....é melhor eu lavar a xícara,kkkkkkkkkkkkkk
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